A comunicação tem se reinventado em vários aspectos, um dos mais evidentes é a passagem das mídias tradicionais para as mídias digitais. Priscila Viudes, jornalista com 24 anos de carreira, tem testemunhado esse período de mudanças de perto. Nascida em Cascavel, Paraná, ela chegou ao Acre em 2009 para trabalhar na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) onde hoje ocupa o cargo de supervisora do núcleo de comunicação organizacional.
Priscila iniciou sua trajetória fazendo estágio durante a faculdade, trabalhando em assessoria de imprensa para a editora da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Com o tempo, passou a atuar em um escritório terceirizado que prestava assessoria para diversas empresas. No entanto, o grande divisor de águas em sua carreira foi a aprovação no concurso da Embrapa, instituição voltada ao homem do campo, público que faz parte da história de vida de Viudes.
“Eu me identifico muito com o campo, não necessariamente por ter uma origem rural, mas porque através do meu trabalho consigo ter um contato direto com as pessoas que produzem o alimento que consumimos. Conhecer a realidade dos produtores rurais, extrativistas, ribeirinhos, e ver a riqueza de conhecimento que eles possuem é algo que considero muito valioso”, enfatizou.



Ao longo de sua trajetória profissional, a jornalista tem vivenciado a transição das mídias tradicionais para as digitais. Ela considera esse processo desafiador, especialmente porque a internet começou a se popularizar na mesma época em que se formou. “Eu vi a internet nascer e acompanhei toda essa migração dos meios impressos para os digitais. Hoje, temos que produzir conteúdo instantaneamente. O evento mal acabou e já precisamos ter a notícia pronta para ser enviada aos meios de comunicação”, explicou.
Priscila também apontou as múltiplas funções que um profissional de assessoria de comunicação precisa desempenhar atualmente. “A produção de conteúdo vai além de apenas escrever e tirar fotos. Muitas vezes, somos responsáveis pela organização do evento, pelo cerimonial, e até pelo coffee break. É um grande desafio, pois o consumidor de notícias quer um material de qualidade, com boas fotografias e textos completos.”
Apesar dos avanços, Priscila acredita que ainda há muito a melhorar na comunicação institucional, especialmente na adaptação às novas tecnologias e mídias digitais. “Precisamos diversificar nossa produção, investir em vídeos, podcasts, e desenvolver uma
linguagem mais moderna. Embora a produção textual ainda seja fundamental, há outras formas de comunicação que precisamos explorar com mais desenvoltura”, afirmou.
A jornalista considera crucial para os profissionais da área de assessoria estarem sempre se adaptando às novas tecnologias e às necessidades do público. “A gente precisa ter uma linguagem mais moderna”, ressalta, reafirmando o compromisso com a evolução constante do setor de comunicação da Embrapa que atende um público diverso nas redes sociais, que vai desde o interno e parceiros até parlamentares e produtores rurais.
“O produtor rural é nosso principal público, e eles estão sim presentes nas mídias digitais, embora ainda haja limitações de acesso à internet em algumas comunidades rurais do Acre”, concluiu.
