Um olhar fotográfico sobre a transformação das Mídias Tradicionais

Diego Gurgel, renomado fotojornalista natural de Rio Branco, Acre, iniciou sua jornada na comunicação há 17 anos, logo após concluir sua graduação em Propaganda na Universidade do Oeste Paulista, atual Faculdade de Comunicação de Presidente Prudente (FACOPP). Nascido em 1981, começou seus estudos em 2000 e se formou em 2005, desde então dedicando-se ao fotojornalismo e outras áreas da comunicação.

“Eu atuei em várias áreas, mas o fotojornalismo é o meu carro-chefe. Já fui apresentador de TV, radialista e. Atualmente. estou envolvido com podcasts e vídeos comerciais e institucionais, além de reportagens”, diz Diego.

Seu início na comunicação remonta a 2007, quando voltou ao Acre e montou um escritório de identidade visual e design gráfico. “Como já era fotógrafo, comecei a fotografar casamentos e eventos sociais com um olhar mais fotojornalístico. Essa abordagem me trouxe reconhecimento e a minha primeira oportunidade veio com um convite do Silvio Martinello para trabalhar como repórter fotográfico no jornal A Gazeta”, relembra Diego. Ele Trabalhou no jornal de 2007 ao início de 2010, construindo uma base para sua carreira.

Com o avanço das mídias digitais, a dinâmica da comunicação institucional mudou consideravelmente. “A velocidade é o maior desafio. Hoje, com a internet e as redes sociais, precisamos capturar, editar e enviar imagens rapidamente, muitas vezes direto do local do evento. Isso requer adaptação e eficiência”, explica Diego.

Quanto à importância da comunicação em uma empresa pública, Diego é claro: “A comunicação pública é crucial para fornecer informações oficiais com credibilidade. A assessoria de comunicação garante que as informações sejam precisas e consistentes, facilitando o trabalho dos jornalistas e melhorando a transparência para a população.”

Ele também comenta sobre a percepção de que o fotojornalismo pode ser substituído por smartphones. “Não vejo como substituição. É uma decisão estratégica dos empregadores para economizar, mas a expertise do repórter fotográfico profissional ainda é indispensável. A qualidade e a especificidade das fotos profissionais ainda não podem ser totalmente substituídas por smartphones”, afirma.

Para Diego, o fotojornalismo está em constante evolução. “O fotojornalismo está em constante reinvenção, impulsionado pela evolução tecnológica. Equipamentos mais avançados permitem capturar momentos de forma inédita, e os profissionais que se mantêm atualizados continuarão a se destacar”, observa.

Preparar-se para tirar fotos de eventos importantes é essencial para Diego. Ele enfatiza que é preciso realizar um checklist nos equipamentos e estudar o ambiente para se posicionar estrategicamente. Um dos maiores desafios é conseguir contar uma história complexa com apenas algumas imagens e selecionar cuidadosamente as fotos ajudará a garantir que cada imagem capturada conte uma parte significativa da história.

Ao tentar contar uma história através de suas fotografias, Diego identifica o maior desafio: “O maior desafio é resumir uma história complexa em poucas imagens. A curadoria dessas fotos é crucial para garantir que cada imagem conte uma parte significativa da história.”

Por fim, Diego diferencia a preparação necessária para a comunicação pública das empresas privadas. “Na comunicação pública, há um cuidado maior com a imagem e a mensagem. Não podemos fazer fotos críticas ou que possam ser mal interpretadas. A informação deve ser precisa e alinhada com os objetivos da gestão pública”, conclui.

Na edição das fotos, ele prefere uma abordagem sutil e realista. “Na comunicação pública, a edição das fotos é mais sutil e menos dramática. Usamos cores e tratamentos que transmitam uma sensação de paz e aconchego, evitando exageros e mantendo a realidade das imagens”, finaliza.

Uma das experiências mais marcantes de Diego foi fotografar os geoglifos da Amazônia, uma descoberta arqueológica de grande importância. “Trabalhei nesse projeto desde 2009, o que me levou a publicar em revistas renomadas como National Geographic, BBC e outras. Esse trabalho permitiu que eu vivesse meu sonho de viajar e trabalhar em lugares fascinantes, conhecendo comunidades tradicionais e indígenas”, compartilha.

Foto: Cedida

Diego também enfrentou desafios significativos ao longo de sua carreira, especialmente relacionados à falta de ferramentas e equipamentos adequados. “A maior dificuldade foi e é a falta de ferramentas e equipamentos adequados. Investir em nosso próprio equipamento se tornou uma necessidade. Além disso, a valorização profissional e salarial na área de comunicação ainda é fraca, especialmente fora das grandes emissoras de TV e concursos públicos”, destaca ele.

Diego participou ativamente da transição das mídias tradicionais para as digitais, começando na época das câmeras de filme e acompanhando a chegada das câmeras digitais. Ele destaca que as redes sociais requerem um olhar diferente. “Sim, nas redes sociais, a linguagem é mais popular e menos formal. As fotos também podem ser mais informais e humanizadas, falando diretamente com um público mais amplo e diverso”, explica Diego.

Diego Gurgel exemplifica a dedicação e a capacidade de adaptação necessárias para se destacar no campo do fotojornalismo, enfrentando desafios com criatividade e comprometimento, e continuando a evoluir junto com as mudanças tecnológicas e sociais.