A loja Made in Acre é reverenciada pelos acreanos por valorizar a identidade regional e saber não só vender, mas também mostrar o valor de cada peça vendida, a origem e a sua produção. Para as sócias proprietárias Juliana Pejon e Rayssa Alves, a comunicação da marca alia a qualidade dos produtos à exposição aprofundada da história do estado e de sua população, o que provoca o interesse natural das pessoas
“Tão importante quanto uma camiseta ficar pronta, é o conteúdo ficar pronto, com ambos tendo a qualidade que tem. Neste processo, a rede social Instagram é mais que uma ferramenta de vitrine para a nossa empresa, sendo uma forma de comunicação e, digamos, de entreter as pessoas com conteúdo. Como usamos produtos voltados ao Acre e falamos sobre a nossa história, tudo isso foi tomando um percurso natural. Então, vendo que isso dá certo, acabamos criando realmente essa comunicação com as pessoas. E uma coisa que eu até falo hoje é: a Made In Acre é para além de produtos”, conta.
De acordo com Rayssa, há quatro anos, quando a Made In Acre nasceu, a ideia foi trazer a marca para as redes sociais, visando comunicação rápida e de aproximação ao público. E uma curiosidade relatada pela empresária foi a de que o Instagram da loja foi lançado primeiro que os próprios produtos, após um erro na produção. Diante disso, a estratégia foi utilizar a plataforma para avisar às pessoas que estava vindo uma marca nova com essa abordagem de falar sobre o Acre.
“Usamos as redes sociais como uma forma de ser visto. Na época, o Instagram já estava muito em alta, então as pessoas estavam muito inseridas ali. Foi a primeira forma que a gente pensou em trazer a Made In Acre. Ao lançá-lo antes dos produtos, acabou gerando, ‘sem querer’, uma expectativa no público, que ficou curioso para saber como seria essa marca”, lembra.


Em relação aos objetivos da marca, além das vendas, Alves afirmou que a empresa tem o intuito de comunicar e gerar informações às pessoas. Segundo ela, as vendedoras são instruídas a conhecer a história do Acre e a saber passar informações de pontos turísticos aos visitantes que procuram a Made In Acre.
“Não só mostramos os produtos que temos, mas também trabalhamos com esse tipo de aproximação com os nossos consumidores, tanto nas redes sociais quanto na própria loja física. Usamos nossas redes sociais como uma forma de comunicação, para ter a oportunidade de contar a nossa história, de enaltecer o nosso povo e, assim, usamos essa nossa visibilidade para chegar nas pessoas de fora e nos próprios acreanos. Muitos não têm esse olhar para dentro, não têm esse olhar para a história, então a Made In Acre proporciona conteúdos que alcançam todos”, frisa.
A empresária e publicitária também ressaltou a experiência de iniciarem sozinhas os trabalhos nas redes sociais até o momento em que verificaram a necessidade de contratar uma agência de comunicação. Ela avaliou a dificuldade de conciliar esta área com a missão de administrar a empresa.
“O começo de tudo foi no cru. Esta parte das redes sociais, de postagem e conteúdo, era comigo. Contudo, junto com a Ju (Juliana Pejón), pensávamos em alguma coisa que estava acontecendo, então produzia e editava, inseria legenda, respondia clientes. Uns dois anos depois, observamos que não tinha mais como fazer aquele trabalho com tanta qualidade, porque concentrava na rede social ou era a dona, dessa forma, contratamos uma agência. Na sequência, montamos a nossa agência, e foi feita a migração, em que ficamos à frente de tudo, para continuar passando veracidade. Junto às meninas do marketing, temos sempre reuniões quinzenais de planejamento”, expõe.
Rayssa enfatizou ainda que o time de comunicação da Made In Acre conta atualmente com três pessoas, além das sócias proprietárias. “A gente é tanto a pessoa que dá ideia quanto quem participa dos vídeos, pois também somos a cara da marca”.
Ao ser indagada sobre o diferencial das marcas que investem nas redes sociais em relação às que não investem, Pejon destacou que as empresas necessitam se atualizar ao que acontece no mundo para serem vistas e lembradas, com a ressalva para aquelas que atendem clientes que não utilizam tanto os meios digitais.
“A diferença é esse ponto de cada vez estar mais próximo das pessoas que vão adquirir esses produtos. A forma como nos comunicamos, de igual para igual, é a forma como a atualização do mundo e da comunicação foi se mostrando, que foi através das redes sociais, logo acredito que a marca também tem que andar junto. Óbvio que se falamos de uma marca para a terceira idade, talvez não faz sentido ela estar numa rede social, porque a terceira idade não consome muito, então isso tudo tem a ver também com o público”, explica.
Alves ressaltou que outro diferencial é ter postagens que não pareçam propaganda. “A propaganda tem que acontecer muito naturalmente, muito inclusa numa rotina, numa coisa que as pessoas estão vendo que faz sentido a marca estar ali. Não é mais: compre essa blusa, ela está apenas ‘tanto’. Agora é: o que tem essa blusa? Por que vou comprar essa blusa? Então, passamos essa mensagem para o público. Conseguimos fazer isso muito bem com as redes sociais”, enfatiza.
Por fim, Rayssa acredita que os cuidados com a rede social é saber o que está sendo informado ao público. A empresária expôs que pensa e estuda muito antes de passar alguma mensagem. “As redes da Made In Acre também são uma forma de informação, do tipo educacional, então precisamos estar muito coerentes, saber o que estamos comunicando às pessoas. Para isso, pesquisamos e temos fontes concretas para nos posicionarmos e passarmos o recado às pessoas”, conclui.