A comunicação evolui rapidamente, especialmente com a migração das mídias tradicionais para as digitais. Nesse contexto, a fotografia desempenha um papel crucial, especialmente nas redes sociais. Marcos Vicentti, renomado fotojornalista acreano,tem vivenciado as mudanças pelas quais a comunicação tem passado.
Vicentti iniciou sua trajetória no jornalismo em 1996 no Jornal Página 20, em seguida iniciou a faculdade de Comunicação Social e concluiu seus estudos no Iesacre em 2006. O fotojornalista conta que enfrentou diversas mudanças na área ao longo de duas décadas, desde a era do jornal impresso até a ascensão do digital. Na época, a maior dificuldade, segundo ele, sempre foi a questão dos equipamentos. “A dificuldade de ter um equipamento nos forçou a nos reinventar”, relembra.
A mudança para assessoria de imprensa significou novos desafios e olhar mais de perto para os detalhes. “Valorizar o ambiente, a organização, pensar na imagem como um todo”, enfatiza. A transição para a fotografia digital. “Ganhamos tempo na captura da imagem e no cumprimento do prazo do jornal”, enfatiza. Essa mudança trouxe novas tecnologias e possibilidades, das primeiras câmeras digitais aos modernos equipamentos de hoje.

Ao discutir relações públicas corporativas, Marcos destaca que o maior fator no tipo de serviço de consultoria que pode ser necessário é a imagem da pessoa. “Fotografia é como gravar seu nome, do ar de respeito sobre uma sala às maneiras à mesa”, ele diz. Ele ressalta que a fotografia no serviço de consultoria deve revelar tranquilidade e positividade, em contraste com o que geralmente é buscado em impacto dramático pelo fotojornalismo.
Vicentti compartilhou os desafios de capturar emoções em suas fotografias, especialmente em situações de tristeza ou calamidade. “Um dos maiores desafios é fotografar pessoas que não expressam emoções. Em situações de enchente, por exemplo, você precisa mostrar a ajuda humanitária sem explorar negativamente o drama das pessoas.”
Ele relatou uma experiência marcante em Brasileia, onde uma foto capturou a essência da tragédia e da resiliência humana: “Uma árvore de Natal jogada no meio da lama após a enchente simbolizou para mim a alegria do final de ano destruída pela catástrofe. Essas imagens falam mais do que mil palavras.”


Para Vicentti, a preparação é crucial para a realização de um bom trabalho. “Primeiramente é saber a tua pauta, quem são as pessoas mais importantes ali. Depois, fazer um checklist no equipamento, cartões de memória e essas coisas. Chegar com antecedência no ambiente, conhecer o espaço, observar os detalhes e preparar-se para situações imprevistas, como uma criança que corre e agarra o governador, ou uma pessoa que faz uma reclamação inesperada”, acrescenta.
Além da técnica, Vicentti ressalta a necessidade de se comunicar bem com os clientes: “O fotógrafo precisa entender a história da pessoa e o que ela quer capturar. Uma foto é uma história congelada que será contada no futuro. Não é apenas uma imagem enquadrada, mas uma narrativa visual.” Ao longo de sua carreira, Marcos capturou momentos significativos, como a emblemática foto da mesa vazia do governador que não se candidataria à reeleição.