Do site ao conteúdo digital: A importância da informação nas redes sociais de uma empresa pública

Especialista em Marketing e Comunicação Institucional, Gilberto Lobo, 43 anos, foi apresentado ao mundo da informação ainda criança, quando acompanhava o seu tio ‘Dim’, então diagramador e chargista no Jornal A Gazeta, numa época em que as notícias do periódico eram levadas ao público sem as mídias digitais, apenas com os folhetos impressos.

Nascido em Rio Branco, no Acre, ele é formado em Comunicação Social/Jornalismo, desde 2008, pela Universidade Federal do Acre (Ufac), onde é concursado desde 2014 no cargo de design e passou atuar a partir de 2018 como chefe da assessoria de comunicação, atualmente é diretor da editora e coordenador do Núcleo de Inovação da Universidade.

Lobo tem participado, na assessoria de comunicação da Ufac, do avanço da comunicação do site da instituição para conteúdos nas redes sociais. Diante deste cenário, ele avalia que a evolução das redes traz situações positivas e negativas, como a possibilidade de produção de conteúdos falsos e disputas agressivas por audiência.

“Muitas vezes produzem uma realidade distorcida e exagerada. Muitos jornalistas já não procuram a Ufac para saber o outro lado da informação e publicam todos os tipos de boatos que estão nas redes, sem checar fontes ou analisar a coerência da informação. É um flerte preocupante com a falta de ética profissional”, analisa.

Com a evolução da tecnologia, as redes socais ganharam popularidade e foram conectadas aos sites, tanto de notícias quanto institucionais. A Ufac também seguiu este roteiro, e Lobo explicou como foi processo em relação à transição das informações que eram passadas por meio do site oficial da universidade para as redes sociais.

“Na assessoria cheguei em 2018, quando apenas o site era utilizado para a comunicação com os diversos públicos. As mídias sociais ainda eram um projeto inicial. Foi relativamente rápida [a transição]. Elaboramos o plano de comunicação, definimos o público e o perfil das nossas redes, em pouco mais de um mês. No início, tudo era produzido exclusivamente para as redes. O conteúdo produzido usava como norte a personagem ‘Tia Ufac’.”, relata.

Sobre os desafios de criar conteúdos informativos para as redes sociais, Lobo ressaltou que os algoritmos mudam constantemente e, desta forma, é necessário ajustar as estratégias de produção.

“No início, por exemplo, tinham produções distintas para o Facebook e para o Instagram porque os servidores consumiam mais o Facebook e, os alunos, o Instagram. Hoje, isso mudou. Produzimos apenas para o Instagram. Além disso, reduzimos a comunicação por meio de memes e estamos em uma transição para algo alegre, mas com viés mais informativo”, destaca.

Os procedimentos utilizados para o gerenciamento de crises também foram comentados por Lobo, ao indicar que primeiramente há uma avaliação sobre cada caso para acompanhar as percepções e acalmar os ânimos dos sujeitos envolvidos.

“As redes trazem uma sensação muito grande de insegurança e, às vezes, o fato não é tão grave, mas os envolvidos, baseados em uma ou duas opiniões, acabam perdendo um pouco o controle. E nosso primeiro passo é mostrar a real necessidade: é preciso responder? A resposta vai piorar a situação?”.

Para Lobo, com o crescimento das mídias sociais, é preciso cuidar da imagem das instituições e dos funcionários, a partir da contratação de profissionais da comunicação.

“Estamos na era de construção e desconstrução de imagens. As redes sociais mexem com o psicológico das pessoas e isso é grave. Qualquer descuido em uma postagem pode gerar uma crise de imagem. Mas, o mais importante, na minha opinião, é não perder a ética. Nenhum like vale mais que o respeito e a dignidade”, destaca o gestor.